terça-feira, novembro 20

Quem não quer um Nobel?



Boris Pasternak e Jean Paul Sartre foram os únicos dois escritores a recusar o prêmio Nobel até hoje, e o fizeram por motivos bem diferentes: o primeiro por opressão, o segundo por liberdade.

Pasternak, escritor russo conhecido principalmente pela obra 'Dr. Jivago', posteriormente adaptada para o cinema em 1965, já havia sido indicado para o prêmio diversas outras vezes, entretanto a premiação em 1958 não pôde ser comemorada pelo autor. Sua nomeação, sendo ele um artista visto com ressalvas pelo governo soviético, foi considerada um ataque ao regime russo. Dr. Jivago foi criticado como uma obra 'individualista' e até 'anti-soviética' na época, e os anos mais rígidos do regime não podiam aceitar publicamente a nomeação do escritor. Informado que se fosse receber o prêmio, não poderia retornar à Russia, Pasternak recusou-o.

Sete anos depois a Fundação Nobel teve de aceitar outra recusa, Jean Paul Sartre, o filosofo da liberdade, deu-se a liberdade de negar o prêmio. Disse que nunca aceitava honrarias oficiais, aceitá-las, para ele, seria reconhecer as instituições que as concediam. Mas outros motivos para o filósofo não se impressionar com o prêmio também podem ser levados em conta: sua mãe era prima de primeiro grau de um Nobel da paz: Albert Schweitzer, ganhador da medalha no ano de 1952.

Hoje em dia é costume da fundação consultar os indicados previamente para saber se aceitariam o prêmio, afinal, não custa nada garantir.

 Sartre
Pasternak

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